Agência Rio de Notícias

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Comunidade, Indústria e Desenvolvimento Local O DIÁLOGO POSSÍVEL 13 a 18 de outubro de 2011 A participação do Ecomuseu de Sepetiba

A palavra colóquio por si só já define o objetivo desta série de “encontros” que teve início no dia 13 de outubro com a seguinte programação prevista: visita a Casa da Moeda do Brasil, visita ao território Av. João XXIII / Parque Industrial CSA, visita a Colônia Japonesa / Visita a Sepetiba e, encerrando o dia a palestra: Desafios do Desenvolvimento Local - proferida por Hugues de Varine – Consultor Internacional em Patrimônio e Desenvolvimento Local na Universidade Estácio de Sá – UNESA – Santa Cruz.

Infelizmente não tivemos oportunidade de participar neste dia, entretanto comparecemos no dia 14 de outubro, sexta-feira, na Conferência Comunidade, Patrimônio, Paisagem e Desenvolvimento Local – o diálogo possível, também proferida por Hugues de Varine, realizada na Casa Ser cidadão, diga-se de passagem, lugar demasiadamente aprazível e um dos ícones da luta do NOPH e do Ecomuseu de Santa Cruz, além da “casa” ter sido moradia do médico sanitarista Julio Cesário de Melo, personagem de suma importância para a zona oeste, em especial para Santa Cruz e Sepetiba. Dentre muitos tópicos abordados na referida conferência, consideramos alguns como primordiais para nós, moradores de Sepetiba e adjacências, que serão abordados a seguir.

Ao iniciar a conferência, Varine chamou atenção para a questão dos bens comuns (água, terra, ar...) necessários tanto para os indivíduos (comunidade) como para a indústria e demais atores econômicos, e sua gestão consciente e responsável, que são substancialmente indispensáveis para o desenvolvimento local (viver, trabalhar, produzir, consumir).

Varine enumerou as atribuições da indústria e das comunidades (indivíduos) quando mencionou as responsabilidades comuns a ambos os grupos (ambiente, patrimônio, gestão, serviços (transporte, saúde, educação) alojamento).

O museólogo e consultor destacou a importância do “conhecimento” do território, e como é primordial que os moradores saibam “explicá-lo”, pois conhecer o território em que vivemos, suas peculiaridades,deficiências, ausências, características específicas etc., é primordial para sua gestão consciente.

O museólogo também mencionou a questão da paisagem, destacando o fator “coerência” entre os componentes urbanos, rurais - indústrias – evolução e observação enquanto responsabilidade partilhada, lembrando que o papel dos cidadãos, atores locais, econômicos, indústria, especialistas é diferenciado. Varine lembrou que a paisagem não é boa, nem má, e sim um reflexo, e faz parte do ambiente cultural (cultura viva- paisagem – gestão coerente da paisagem).

Cabe aqui destacar a política territorial da paisagem, segundo Varine, o objetivo de qualidade paisagística deve ser formulado pelas autoridades competentes, não se deixando de levar em consideração a responsabilidade e a participação da comunidade nesse procedimento.Hugue de Varine ressalvou que a coletividade, a interação na gestão, criação e elaboração de programas de desenvolvimento é imprescindível (indústria/empresa – intervenções sobre os domínios para o desenvolvimento a partir de uma ação conjunta).Vale a pensa ressaltar, em se tratando de ecomuseus, que o ecomuseu é o museu vivo, da vida, que valoriza o patrimônio vivo, e a cooperação e parcerias são de extrema valia para que tenha êxito em seus objetivos (conviver, partilhar o território e o patrimônio – população (comunidade, famílias, indivíduos) – atores econômicos (indústrias, comércio e produtores).

Varine nos lembrou que os moradores possuem necessidades, mas também possuem deveres e responsabilidades na mesma medida (emprego, renda, transporte, saúde, educação) – (gestão responsável – diálogo – procura por solução – poluição).O consultor mencionou o fato dos novos moradores, e a necessidade destes de enraizar-se no território. Também destacou que as iniciativas devem vir de baixo para cima, impulsionando o desenvolvimento local e assim incentivando o turismo, a cooperação entre indústria e comunidade para capacitação dos moradores, o estudo conjunto de soluções e a preparação para a cooperação, tendo em vista sempre a informalidade, o papel consultivo e a presidência alternante (comissões, associações, oscips etc.)

Ressaltando, para que o desenvolvimento local seja uma realidade torna-se mister a interação entre os parceiros com objetivos comuns, uma estrutura mista de atores políticos, sociais, econômicos – devem ser estabelecidos objetivos permanentes a partir da elaboração de um dossiê enumerando os problemas, necessidades, projetos, conflitos, os métodos a serem utilizados são a troca de informações e o debate livre, é de suma importância a compreensão mútua e a solidariedade balizando uma comunidade de interesse, e claro a elaboração de uma “hierarquia de objetivos”, bem como o debate consciente e a autocrítica permanente.

Nesse processo, o ecomuseu tem o papel de facilitador/ mediador, pois é um museu comunitário, aberto, centro de recursos documentais e humanos e de sinergias (atividades coordenadas e simultâneas, que contribuem para um objetivo comum).Enfim, a conferencia foi por demasiado produtiva e esclarecedora, sem contar com a participação dos presentes e suas colocações, como a do professor Walter Priosti, do professor Sinvaldo, Odalice Priosti, do diretor do CETEP/Santa cruz dentre outros não menos importantes.

No sábado, dia 15 de outubro, dia do mestre, visitamos a comunidade Sebastião Lan, Nova Sepetiba, e lá, eu como professora recebi uma lição de vida. Eu, enquanto moradora de Sepetiba, e representante no encontro do Ecomuseu Sepetiba, sinto que me faltam palavras para descrever a importância do trabalho desenvolvido pelo pároco local Padre Geraldo Marques, pelo diácono Von Damaceno , pela professora Ana Cristina, Dona Val, Angela e todos e todas presentes. Esta experiência não só foi agradável como deveras produtiva, dentre os relatos e colocações o da moradora e voluntária Isma foi o que mais me chamou atenção, tamanha sua seriedade, simplicidade e certeza de suas convicções. Saí do centro comunitário com uma certeza: é primordial que nós, enquanto moradores e moradoras de Sepetiba tomemos consciência de que somos moradores da mesma região, Sepetiba e Nova Sepetiba fazem parte do mesmo território. Precisamos nos unir, somar forças para o desenvolvimento de nossa região. Conversamos sobre possíveis causas e soluções para os problemas da comunidade, dentre eles destacam-se a ausência de serviços básicos como saúde e educação, além e claro como a falta de transportes. E decidimos que realizaremos um ato, uma manifestação pacífica para reivindicarmos o que é nosso por direito, além de termos chegado a conclusão de que a elaboração de uma dossiê sobre a comunidade é de extrema importância para pensarmos soluções e definirmos objetivos específicos.

A presença e a participação de Hugue de Varine, enquanto consultor, de Odalice Priosti e Walter Priosti foram primordias para que as primeiras diretrizes de ação fossem estabelecidas, bem como para a compreensão de uma série de questões.

A situação desses homens, mulheres e crianças é lamentável, não fosse o trabalho realizado pelo pároco e seus voluntários desde o início da ocupação seria ainda muito pior, o trabalho dessas pessoas é louvável e muito significativo, e acredito que todos nós deveríamos tomá-los como exemplo e nos unirmos para que consigamos realizar a gestão consciente do nosso território e valorização dos nossos patrimônios, materiais, imateriais, tangíveis e intangíveis.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Reflexões acerca do que sabemos sobre a história de Sepetiba

Reflexões acerca do que sabemos sobre a história de Sepetiba



Até então uma das únicas referências bibliográficas acerca da história de nosso querido bairro de Sepetiba era o livro do escritor e morador de Sepetiba Alcebíades Rosa “A história de Sepetiba” porém, ao “revisitarmos” documentos, ouvirmos relatos etc. percebemos que muito do que sabemos e do que lemos é um tanto quanto contraditório.
A obra de Alcebídes é importantíssima para nós, moradores do bairro de Sepetiba, e merece o status de precursora, entretanto não possuí rigor científico, no que concerne a história e memória do bairro pouco ,ou quase nada foi escrito e divulgado a respeito, inclusive até mesmo órgãos públicos precisaram consultar textos publicados por nós em diversos sites para possuírem referencias quanto a história do bairro e, agora com a continuidade de nossas pesquisas também serão textos com alguns equívocos, pois não estamos livres de erros e contradições.
Eis o motivo : ao investigarmos alguns documentos notamos um dos primeiros erros:
“Essa praia tem sua história , como todos os lugares, (...) nos últimos dias do século passado (XIX) havia em Sepetiba uma linha regular de navegação para os portos do estado do Rio de Janeiro e São Paulo, essa linha dispunha de dois vapores confortáveis, embora pequenos, eram o Angra dos Reis e o Sepetiba, uma ponte de quase duzentos metros de boa argamassa, ligava a ilha da pescaria (hoje ilha dos marinheiros) a terra firme e um bonde de tração animal, partia diariamente da estação de Santa Cruz para Sepetiba repleto de passageiros (...)
Trecho retirado de documento sobre o fuzilamento de 1893.

Acreditávamos que os vapores que circulavam em nossa baía eram o Eco, Lamego e Uranus, de origem militar, transformados em transporte de passageiros, porém vemos que a história é diferente, possuíamos apenas dois vapores o Angra dos Reis e o Sepetiba, pequenos porém de acordo com o texto funcionais e úteis a população.

Aqui outros trechos do referido documento:

“(...)Embora a Ferro Carril fizesse trafegar seus bondes diariamente, pela manhã e a tarde, os passageiros que se destinavam aos estados situados, vinham no próprio dia da viagem, tal era portanto a confiança que tinham na regularidade das viagens, que estavam em correspondência com o horário da navegação.
Um sobrado bem construído cujos vestígios ainda se conservam na praia de Sepetiba era o centro das operações da companhia.(...)”

Esse fato, da credibilidade e freqüência dos bondes e a correspondência com os horários dos vapores não nos foi contado, do sobrado onde localizava-se o centro de operações da companhia não existem mais vestígios, ou será que o prédio ao lado da colônia Z-15/ que já foi Z-9 e hoje não sei exatamente qual é , se situa é remanescente deste sobrado? Por que tantos fatos e tantas histórias nos foram omitidos, negados?

Mais um trecho:

“O Senhor Caldas, engenheiro chefe do tráfego, que com a extinção da companhia fez-se funcionário público até que mais tarde veio a falecer,seu nome se liga hoje a um recanto da praia (praia do Caldas). Nos dias dos vapores, as famílias praieiras vêm as manhãs divertidas a espera dos bondinhos que não tardam a chegar.”

Outro questão controversa a respeito de nossa história: o nome praia do Cardo. Alguns se referem a este recanto como denominado praia do Cardo devido a abundância de uma planta que existia por ali, o cardo pertence à família das Asteraceae e cresce em locais rochosos, sobretudo em terrenos barrentos, podendo ser encontrado na forma selvagem ou cultivada, o que pode reforçar esta tese, pois ali era um local barrento de acordo com alguns documentos e relatos. Outra versão diz que a localidade foi assim denominada devido ao nome de um morador Chamado Ricardo, apelidado “Cardo”, qual seria a verdadeira? E a praia do Caldas? Qual a versão? Por que essas histórias não foram divulgadas e contadas nas escolas locais ? Por que essa falta de valorização até bem pouco tempo atrás?

Outro trecho:
“(...)Em 6 de Setembro de 1893, estalou no Rio de Janeiro a revolta da armada com o almirante José Custódio de Melo a sua frente. Todos os navios (...) no porto fosse de guerra ou mercante, hastearam a bandeira da revolução, sendo que alguns haviam saído barra a fora, rumo ao sul. Depois mais outros.Era então boato corrente, veiculado pelos passageiros ou curiosos que chegavam do Rio, que Sepetiba seria ocupada militarmente. Ora, o corpo do exercito estacionado em Santa Cruz, estava sendo movimentado a toda pressa para descer, a fim de ocupar os pontos estratégicos indicados por Floriano Peixoto.Por outro lado, esses militares mesmos, transmitiam aos pescadores e suas famílias a notícia da segunda ordem recebida no quartel de Santa Cruz, a qual dizia que uma parte do corpo ficaria em Santa Cruz para defender um desembarque que estaria iminente em Sepetiba.(...)”
“(...)Agora os bondinhos, os vagões e outros transportes usados nos serviços da companhia não tinham mais horários.Sepetiba, como Santa Cruz em alvoroço experimentou, pela primeira vez, a sensação que o medo da guerra cria.mas tudo isso ficou pela metade, nenhum navio apareceu em Sepetiba. E dessa localidade mesmo, viam os sepetibanos a passagem de vasos revoltados para o sul.De noite, a luz forte de possantes holofotes tudo iluminava e eles acautelavam-se da melhor maneira possível. Passados os primeiros dias de inquietação, os pescadores retomaram o seu serviço de pesca e se acostumaram, pouco a pouco, paisanos e soldados, na vida de precauções que os acontecimentos impunham.(...)”
“(...)Foi ocupado o morro da faxina como os outros, onde antigamente os coloniais haviam deixado vestígios de fortificações e velhos morteiros de bronze, o que se vê até hoje em alguns recantos da praia.
Decretada a criação da guarda nacional com bons ordenados, Sepetiba foi contemplada e muitos receberam a notícia com bastante prazer, sentindo-se honrados com as suas divisas amarelas de cabos e sargentos.Também conhecemos ali alguns oficiais do primeiro posto nomeados nos primeiros decretos. Dissemos que a pacata Sepetiba tinha mudado seu modo de viver com os acontecimentos decorrentes da Revolta da armada,tendo mesmo alguns naturais sido recrutados para a guarda nacional.Agora podemos acrescentar que este estado de coisas prolongou-se por alguns meses, porque de toda parte um grande número de cidadãos foi chamado ao serviço das armadas de Sepetiba, porém, preferia a guarda - nacional, (...)era de mais fácil acesso, as divisas amarelas da Guarda – Nacional convidava-os e um com número de filhos de pescadores apareceram logo nas suas fileiras(...)”

Se vê hoje resquícios deste período? Não! Nada remete os moradores atuais a esses tempos, inclusive diz-se que o “Morro do Ipiranga” hoje tombado como patrimônio natural e cultural juntamente com o Coreto e a praia do Recôncavo e do Cardo possuía também esses resquícios. Outra questão: por que não tombar a praia de Sepetiba e a Igreja de são Pedro?
Podemos verificar neste trecho outros equívocos existentes nas obras e textos sobre Sepetiba: “(...)na Marambaia e na Ilha grande, uma vez outra, havia troca de tiros, com os canhões dos revoltosos e os pequenos fortes do litoral, até que num dia de janeiro de 1894, pela tardinha, surgiu na praia de Sepetiba o pequeno vapor Lamego, forçado que foi para entregar-se,pois, suspeitava-se que o navio iria incorporar-se aos revoltosos.Isso proporcionou aos moradores de Sepetiba e Santa Cruz dias de grandes sustos e surpresas.A todo momento os boatos surgiam na boca daquele povo,sempre desacostumado aos fatos belicosos da revolução.
E tinham razão para isso, porque com o Lamego, foram capturados muitos marinheiros, e a justiça marcial não se fez esperar, o comandante (...) um major bastante impulsivo, Florianista ao extremo, fez levar vinte e um (21) deles para a Ilha da Pescaria, onde até então havia o porto da companhia Rio – São Paulo, e mandou fuzila-los sem mais delongas. E tudo só caiu muito mal no animo daquela gente.Durante muitos anos, ali (...) eram vistas cruzes, indicando as suas sepulturas.Míseros brasileiros que não eram culpados e sim obedientes às ordens de seus comandantes no mar!(...)”
“(...)E com esse caso ocorrido, que nunca ficou bem apurado, surgiram os boatos que após a chegada do Lamego, que ali estava ancorado chegariam para vir busca-lo outros navios de guerra.E, um dia, por causa disso,noticiou-se a presença do Aquidabã, que já estaria em Sepetiba e forçara a barra do Rio Ita para entrar em Santa Cruz, onde tinha sede o 5º regimento de artilharia.
Isso produziu quase um pânico, sendo que o próprio diretor do Matadouro público, o coronel reformado, Florambel da Conceição, chegou a preocupar-se tanto, que fez a secretária, sua filha, transmitir despachos telégrafos para Sepetiba e outros pontos, pedindo informações.(...)Entre Sepetiba e a praça Santa Cruz, que tudo isso era considerado zona de guerra, transitavam constantemente coronéis com seu estado maior. Eram eles: o Dr. Fernando Continentino, Teixeira da Mota, Avô do Almirante, tão conhecido hoje, Álvaro Alberto, e ainda o coronel Jorge Pinho, depois escrivão de Campo-grande ,visto que também Campo-Grande era subordinado ao comando de santa Cruz.(...)”


O Aquidabã esteve realmente em “águas Sepetibanas”? Por que estes momentos cruciais e importantes para a formação de nosso país ,de nossa “identidade nacional” não foram transmitidos?
Esses e outros equívocos estão sendo apurados pelo grupo de estudos do Movimento Ecomuseu de Sepetiba, por que como diz o lema do NOPH Santa Cruz/ Ecomuseu: Um povo só preserva aquilo ama. Um povo só ama aquilo que conhece.”
E como dizemos: Sepetiba está viva! Tem história! E vontade de transformação: Somos “Espelho onde nos revemos e descobrimos a nossa própria imagem”.

sábado, 10 de abril de 2010

Os Lobos e os Cordeiros por Nilo de Moura

Texto publicado no blog: http://www.mouraemoura.blogspot.com


sexta-feira, 9 de abril de 2010


OS LOBOS E OS CORDEIROS.



Ao longo destes anos , mais aproximadamnete a partir de 1966 , que eu me lembre, mais com agravantes anteriores não vividas por mim . Neste ano estava em Sepetiba , praticamente ficamos isolados parecia que a restinga de Marambaia tinha ido parar na praia do Cardo.As noticias eram de desespero , mortes desabrigados, desabamentos em todo estado do Rio de Janeiro. E pergunto, vários outras vieram , o que se fez?
Só houve de lá para cá a degradação de tudo, da classe politíca , da sociedade que foi perdendo os valores morais , e muitos outros setores . Nós somos os que foram usados e nos mantemos alheios aos fatos e o que veem acontecendo sem tomarmos nenhuma atitude para mudar , nos deixamos dominar, ser usados em diretas que nunca foram já para nós e sim para eles ,por caras pintadas e hoje sujas de tinta para esconder a vergonha de ver os mesmo no poder , pintamos a cara para nos escondermos .Essa esquerda que hoje cobra indenização pela revolução que perdeu , transforma em lucro a ideologia barata de beira de piscina .
E eu que não fugi , fiquei servi sobre a tutela de Hugo de Andrade Abreu , vi em 64 os tanques passar pela rua Dr. Bulhôes em diração a cidade , vi a cavalaria baixar o pau nos estudantes na Praça da Bandeira e não fugi fiquei , levei alimentação e roupas para o exercito em Chambioá, cadê a minha indenização , só porque amavao e não o abandonei, não apaguei a luz. Hoje assisto sem capacidade de reação , eles com o poder roubando e metidos em falcatruas , liberando verbas para mais desvios , industria da seca , industria das chuvas e tragédias , é lucro para eles que ao longo deste tempo fizeram com tenhamos ficado anestisiado e não ternos feito nada, nem em termos de voto para expressar nossos desafetos .
Eles consequiram criar uma industria de ilusão, que tornou a todos nós incapazes de reação .Agora vem as tragédias anunciadas , sabiamos que iria chover , mais não tanto , Deus é o culpado, pelos desgovernos dos Silveiras , dos Limas , Brizolas ,Casal acasalados , Cesares e Cabrais e o que virá se não agirmos imediatamente alijando-os das urnas será tarde, chega de conversa de enganação de profissionais da politica , dar tijolo faz a casa cair .Dinheiro dos royaltes até hoje não se viu a cor no Rio de Janeiro, verbas para obras do governo Federal , cadê , vem mais ai, a loteria que toda semana levanta um dinheirão de apostas , cadê , nossa as verbas roubadas desviadas e ainda não devolvidas , cadê , cadeia ,só para pobres .
Somos responsaveis por termos deixado que isto tudo tomasse o volume da tragédia de Niteroi, para entendermos que já a partir destas eleições o povo Brasileiro tem o dever de escolher bem seu candidato e o que fizer a promessa boa ela será cobrada , temos que continuar o tempo todo cobrando deles , vamos usar as rádios os jornais a internet tudo que possamos fazer uma corrente e por o nome daquele que vender seu voto e o colocou na lama ser desmascarado e mostrado a sociedade como um péssimo governante ou representante nosso.2010 o ano da virada.

domingo, 28 de março de 2010

SEPETIBA NA ROTA DA INDEPENDÊNCIA

De Sinvaldo do Nascimento Souza


Sepetiba, o antigo povoado dos pescadores (...) testemunhou encontros importantíssimos que precedem o périplo de independência do Brasil.Depois da chamada “Revolução Liberal” da cidade do Porto, deflagrada em Portugal no ano de 1820, o rei D. João VI que se encontrava no Brasil foi obrigado a retornar para a Europa, correndo sério risco de perder seu lugar no trono.As “cortes lusitanas”, por sua vez, deram início às primeiras medidas que objetivavam reconduzir o Brasil à sua anterior condição de mera colônia subordinada aos interesses da metrópole.
As conquistas granjeadas ao longo de mais de doze anos, não se restringiram ao plano sócio-econômico-cultural ; determinados brasileiros, entre os quais os irmãos Andradas, não estavam mais dispostos a viverem sob o jugo das Cortes portuguesas, o que deixava claro que tais conquistas também se faziam sob o aspecto político.

Sepetiba, testemunha, já em Dezembro de 1821, a passagem de um emissário: Pedro Dias Pais Leme – que vindo do Rio de Janeiro seguiria em direção à província de São Paulo.Com a chegada dos decretos autoritários provenientes das “cortes lusitanas” e o aprestamento da fragata “União” que deveria reconduzir o príncipe regente (D. Pedro I) a Lisboa, foi iniciado no Rio de Janeiro um movimento que se destinava a receber assinaturas objetivando pleitear que D. Pedro I permanecesse no Brasil, o que já seria “um bom passo em direção da independência”.
Enquanto Paulo Barbosa da Silva era enviado a Minas Gerais, Pedro Dias Pais Leme seguia para São Paulo:

“ ... viajando a cavalo até Sepetiba e servindo-se de barco a vapor, provavelmente um dos primeiros introduzidos no Brasil, na viagem daí até Santos (ou de simples canoa, como asseveram muitos historiadores) Pais Leme chegou a São Paulo na noite de 23 de Dezembro de 1821 (...)”

Eis que entra em cena José Bonifácio de Andrada e Silva, cognominado “o patriarca da independência”, mas rechaçado por muitos quanto a essa lisonja, em particular por determinados setores da Maçonaria. Coube ao sexagenário santista redigir, com grandiloqüência exigida pelo estilo de época, uma carta, que bem definisse a disposição dos brasileiros, em particular, dos paulistas, de não se intimidarem mais perante a metrópole.A carta, sem qualquer exagero, pesava como uma declaração de predisposição à independência.

Dizia o velho Andrada, entre outras coisas: “(...) V.ª real deve ficar no Brasil quaisquer que sejam os projetos das Cortes constituintes não só para nosso bem geral, mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo Portugal. Se V.ª real estiver ( o que não é crível) pelo deslumbrado e indecoroso decreto de 29 de Setembro, além de perder para o mundo a dignidade (...) homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno número de desorganizadores,terá também que responder, perante o céu, do rio de sangue que decerto vai correr pelo Brasil (...)”
D. Pedro I ficou entusiasmado com aquela missiva, tanto que determinou logo a sua divulgação, embora a publicação somente fosse ocorrer no dia 8 de Janeiro (véspera do “dia do Fico”) nas páginas da “Gazeta do Rio”.

Os Paulistas não ficaram satisfeitos com apenas o envio daquela carta e logo nomearam quatro representantes para entregarem, no Rio de Janeiro, uma representação a D. Pedro I. Provenientes de Santos, viajaram embarcados em um navio a vapor até Sepetiba, onde chegaram em 17 de Janeiro. “ Sepetiba, como se sabe, fica perto de santa Cruz, local da antiga fazenda dos Jesuítas, incorporada aos bens da coroa, que D. João VI tanto freqüentava e de que D. Pedro I também muito gostava. Na ocasião da chegada de José Bonifácio e de seus companheiros, havia em Sepetiba, por causalidade, um carro de posta e nele partiram os viajantes em direção a Santa Cruz, tornando assim desnecessários os cavalos mandados pela Princesa D. Leopoldina, então refugiada com os filhos na fazenda real, em conseqüência de perturbações da ordem no Rio de Janeiro”.

Aliás, é bom que se diga que a fazenda de Santa Cruz, serviu , no I império, pelo menos uma outra vez para proteger a família Imperial: em 1831, quando os ânimos se acirravam contra o já imperador D. Pedro I, foi cogitada a vinda do monarca para cá e daqui organizaria uma resistência, o que não se concretizou, pois D. Pedro I resolveu abdicar o trono em favor de seu filho.

Foi em Sepetiba o encontro de José Bonifácio com D. Leopoldina, embora alguns historiadores afirmem que esta reunião teria sido realizada na sede do palácio imperial em Santa Cruz. Octávio Tarquínio de Sousa, na sua biografia de José Bonifácio afirma:

“A primeira mulher de D. Pedro I, dada a estudos de ciências naturais e seduzida pela causa da emancipação brasileira, deveria entender-se muito bem com José Bonifácio. Esperando a representação paulista, já no dia 16 ( Janeiro de 1822) D. Leopoldina estivera em Sepetiba, e , ainda para recebe-la, fazia no dia seguinte a mesma viagem a cavalo quando, no meio do caminho, entre santa Cruz e aquele lugar, a encontrou. Os paulistas e D. Leopoldina entretiveram conversa bastante cordial, sendo que a princesa não conteve o seu “sumo contentamento”, para repetir a expressão de documento oficial que resumiu as minúcias do encontro."

Já na madrugada do dia 18 de Janeiro de 1822 José Bonifácio e demais membros da comissão proveniente de São Paulo partiram para o Rio de Janeiro onde D. Pedro os aguardava.
O simples transito por Sepetiba de personalidades que participaram diretamente e efetivamente de fatos históricos que culminaram com a proclamação da independência do Brasil, já constituem exemplos edificantes para serem observados por todos os sepetibanos que lutam por melhores condições econômicas, culturais e sociais para aquele antigo povoado, colônia de pescadores (...).

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Ecomuseu e a Agenda 21

Definições simples

Os Ecomuseus e as Agendas 21

Definições

1.1 – Ecomuseu

“ECOMUSEU é uma ação museológica consciente da COMUNIDADE com o objetivo de desenvolver o TERRITÓRIO que habita, a partir da valorização da História Local e do PATRIMÔNIO (natural e cultural) nele existente.” (NOPH - 2005 - Ecomuseu de Santa Cruz-Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro).

O Ecomuseu deve ser uma expressão do homem e da natureza. Por isso, o objeto neste contexto não é apenas o homem ou o meio ambiente que o cerca, mas a relação que se dá entre os dois e todas as possíveis relações entre o homem e o Real que acontecem no território determinado. Este museu é uma expressão do tempo, quando a interpretação remonta desde o momento da aparição do homem dividindo-se através dos tempos pré-históricos e históricos para chegar no tempo do homem do presente.

Para Varine, o Novo Museu é diferente do museu tradicional na ênfase dada ao território (meio ambiente), em vez de enfatizar o prédio institucional em si; no patrimônio, em vez da coleção; na comunidade, em vez dos visitantes.

É o território que define e comumente nomeia o museu, mais do que o rótulo de "Ecomuseu". Não pode haver um modelo, ele é um estado mental e uma forma de aproximação que acarreta um processo construtivo enraizado no território.

· Território + Patrimônio (Material ou Imaterial) + Comunidade

é a única Museologia que dá suporte ao homem para que este se desenvolva em seu meio, de forma sustentável, a partir de suas relações com o Real.

Fonte: NOPH e Wikipédia.

1.2 - Agenda 21

A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). A Agenda 21 se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento.

As ações prioritárias da Agenda 21 brasileira são os programas de inclusão social , a sustentabilidade urbana e rural, a preservação dos recursos naturais e minerais e a ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Mas o mais importante ponto dessas ações prioritárias, segundo este estudo, é o planejamento de sistemas de produção e consumo sustentáveis contra a cultura do desperdício. A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente.

Resumidamente pode dizer que uma Agenda 21 Local é um processo através do qual as autoridades locais trabalham em parceria com os vários setores da comunidade na elaboração de um Plano de Ação por forma a implementar a sustentabilidade ao nível local. Trata-se de uma estratégia integrada, consistente, que procura o bem-estar social melhorando a qualidade do ambiente.

Fonte Wikipédia e crescente fértil. org

Ecomuseu e Agenda 21 não só podem como devem caminhar juntos, sendo que são processos distintos muito embora sejam bastante parecidos em alguns aspectos, o Ecomuseu é uma ação museológica com um olhar renovado, o objeto é o homem, o meio ambiente que o cerca a relação entre eles e todas as possíveis relações entre eles e o real, a valorização da história local, da memória e da identidade do povo do território estão em evidência, e éclaro a preservação e manutenção de todo patrimônio natural, cultural etc. existente no território que o Ecomuseu compreende .

A agenda 21 é um documento onde é estabelecida a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente e a agenda 21 local é um processo, um plano de ação, que orienta o trabalho em parceria com vários setores da comunidade para elaborar esse plano de ação. A Agenda 21 é uma importante ferramenta para reconverter a sociedade industrial em direção a um novo paradigma, que exige a exegese, análise, do conceito de progresso, considerando maior harmonia e equilíbrio entre o todo e as partes, o que podemos chamar de desenvolvimento sustentável.